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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fim do mundo

‎"Do meio da rua se erguia uma criatura colossal e amorfa. Sua pele flácida era predominantemente branca como papel, intercalada por intervalos vermelhos que deviam ser suas articulações. Era possível ver seu interior, inclusive seu enorme coração descolorido pulsando. O som emitido pela coisa era agudo pontuado por suaves notas graves. Mais parecia que decaia em sua amorfosidade, balançando de um lado para o outro, locomovendo-se em seu desritmo."


"Asas de Ângelo" CAPÍTULO QUATRO / Fim do mundo

domingo, 11 de dezembro de 2011

Tinta&Papel #3: Abraham Lincoln: Caçador de vampiros


Autor de Orgulho e preconceito e zumbis, Seth Grahame-Smith ficou famoso no círculo literário alternativo pelo título. Ouvi muitos contras em relação a sua primeira obra, mas agora vou falar de seu mais recente trabalho, o não-tão-brilhante Abraham Lincoln: Caçador de vampiros. O título forte já dá a idéia de uma trama histórica encrementada de vampiros de verdade (tipo Drácula, Lestat e outros). Bem, sim, os vampiros são de verdade e a narração é poderosa, afirmando a fama de Grahame-Smith, mas o enredo e o clima em si são pobres.

A história gira em torno dos famosos diários de Abraham Lincoln e seu conteúdo, entregues ao escritor por um estranho e elegante homem que frequentava sua lojinha de conveniências em uma pequena cidade. O gosto de Seth pela escrita acaba chamando a atenção de Henry, que após uma longa e prazerosa conversa, entrega-lhe os dez diários do finado Lincoln. O conteúdo histórico presente nas páginas escritas por ele desde criança surpreendem Grahame-Smith a tal ponto que ele lê e relê cada palavra de uma só vez. Seu dever com o que tem em mãos é simples: narrar tudo que aconteceu, não deixar passar nenhum detalhe.

A princípio o leitor se perde nas palavras bem boladas do autor e na alternância de sua narração para o diário do ex-presidente americano, um elemento simplesmente brilhante. As cenas descritas são de um nível assombroso, como quando Lincoln narra a morte de seu avô, de longe uma das cenas mais bem narradas do livro. À medida que Abe vai crescendo e se aprimorando na arte de caçar e matar vampiros, no entanto, os rumos vão se perdendo para o lado mais técnico e a trama cai no mesmicismo americano do herói, seus inimigos e sua sede de vingança. O comportamento de Abraham começa a ficar cada vez mais previsível e surreal, como quando aguarda por um suposto vampiro sair de um cabaré, ou quando mata o taberneiro do mesmo estabelecimento, que afinal, garante a cena de luta mais crua que já vi. Seth comete o terrível pecado de se render às vontades do público e entregar de uma vez o que todos querem ver: um homem e suas armas procurando por vingança e matando vampiros como se fossem formigas. É o típico esteriótipo das histórias de sucesso: praticidade, ação e um pequeno motivo que controla todas as ações da personagem. Para os amantes de histórias cruas de sentimento e focadas em boas cenas, Abraham Lincoln: Caçador de vampiros é um prato cheio, mas para quem se importa com os sentimentos da personagem e o clima que envolve a trama, não impressiona tanto.

A próxima película de Tim Burton, inclusive, será baseada na obra. Sim, está escrito isso na orelha traseira, mas sinceramente?, não me impressiona. Talvez venha a ser um dos filmes mais brilhantes do diretor e produtor, mas se por isso quer dizer que será cheio de efeitos especiais, cenários impecáveis e figurinos fantásticos, então não o considero como tal, sem falar que seu estilo pode quebrar tudo que imaginei para o livro, o que seria uma lástima.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Aquela voz que desperta bons sentimentos

"Morena caminhava a passos curtos em sua direção, a cabeça baixa fazendo seus cabelos caírem sobre os olhos, dando-lhe um aspecto sinistro. Apesar das dores, o pulo que o coração do homem deu foi suficiente para que corresse até a porta. Quando ficou de costas para a mulher, porém, suas pernas ficaram pesadas como se tivesse passado o dia inteiro de pé e para piorar, sentia que ela apressava-se a seu encontro muito mais rápido. Um barulho insuportável tomou conta de sua cabeça, como se uma fera rugisse ao pé de sua orelha. Seu desespero por alcançar a cada vez mais distante porta aumentou tão absurdamente que seu coração, a qualquer momento, faria um buraco em seu peito e sairia-lhe do corpo. Sentia Morena cada vez mais perto, como se a própria morte estivesse vindo lhe pegar, até que suas mãos tocaram o metal quente da maçaneta. Agora seu corpo inteiro doia, mas as batidas colossais de seu coração deram-lhe forças para agarrar-se à porta, abri-la e sair. Quando pisou no corredor cujas dimensões não conseguia imprimir (parecia bem mais apertado do que lembrava), seus sentidos retornaram todos de uma vez e suas pernas ficaram tão leves que logo descia as escadas e saia para o ar frio e o céu cinzento da rua."


"Asas de Ângelo" CAPÍTULO TRÊS / Aquela voz que desperta bons sentimentos

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Angelo waits for the never coming bus

Ângelo aguarda pelo ônibus que nunca chega

"Havia esse garoto - os cabelos lisos tão loiros, quase brancos, os olhos curiosos da cor do chocolate amargo e a pele clara como leite. Não sabia seu nome, mas sempre o via tarde da noite na parada do ônibus enquanto caminhava pela calçada , voltando do trabalho. Era pequeno, belíssimo, sempre muito bem trajado e o olhar vago. Sua imagem ali no meio daquela rua escura e o olhar além do horizonte despertaram a curiosidade de Ulisses, que não lembrava quando percebeu aquele belo menino a devanear. Sempre que descia na avenida e dava alguns passos, lembrava do jovem e de seu jeito aluado. Pois, conforme os dias passavam, ia se preocupando com ele, um pobre e bem aparentado garoto sentado no meio de uma rua escura. Sua vida não devia ser das menos difíceis para todas as noites esperar aquele ônibus que parecia custar a chegar."


"Asas de Ângelo" CAPÍTULO PRIMEIRO / Ele

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Hole To Feed

Essa tirinha não é minha...


Mas curiosamente ela remete a um textículo por mim escrito.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tinta&Papel #2: Artemis Fowl


Artemis Fowl II é o herdeiro de uma riquíssima família de ladrões. Não no sentido perjorativo. Não, os Fowl eram corruptos, extremamente corruptos. Até que o pai do garoto, Artemis Fowl I, desaparece, sua mãe fica doente e o jovenzinho de apenas doze anos vê-se na obrigação de fazer algo por sua família, que além de tudo entrava em falência. Arty, no entanto, não é um garoto como qualquer outro de sua idade: ele é um pequeno gênio que já criou vários softwares, falsificou e vendeu os diários perdidos de Da Vinci, assim como as pirâmides (fatos extremamente fantasiosos, mas no enredo ficam excelentes). Seu maior feito, no entanto, foi descobrir a existência dos leprechauns e de suas grandes reservas de ouro. O ouro das fadas, como se sabe, é muito valioso, então após muitas investigações e contatos falhos, eis que ele encontra O Livro, que contém todas as instruções para uma fada. Dessa forma ele começa a planejar uma emboscada para conseguir ouro e reerguer o respeito de sua família.

Esse é o enredo do primeiro livro da série escrita pelo irlandês Eoin Colfer, que até agora conta com sete títulos. Artemis é de longe um dos melhores anti-heróis da ficção, além de um dos mais ricos, perdendo pro Tio Patinhas e Carlisle Cullen, ficando em terceiro lugar na lista feita esse ano pela Forbes. O garoto tem uma personalidade forte e seu vocabulário é bastante evoluido, assustando qualquer adulto com sua capacidade de deixá-los no chão. O mais interessante da franquia é conhecer o menino e perceber seu amadurecimento. No quarto livro ele volta um pouco à vida de crimes, mas logo se recupera e passa a ser um ajudante do Povo (como é conhecido o povo das fadas). Não li os outros por uma grande decepção com o final do quarto, mas creio que me agradariam em vários sentidos. O problema é que, na minha opinião, não tinha mais o que fazer com a história, e mesmo assim o sétimo livro foi lançado esse ano. Talvez outras pessoas gostem dos livros como estão, mas eu fico com aquele preconceito feio de que não deve estar tão bom, digno de uma aventura de Eoin Colfer. Apesar disso, é uma ótima leitura recomendada para qualquer pessoas dos 8 aos 80 anos!

A cronologia dos títulos fica assim:




Artemis Fowl: O menino prodígio do crime 
Artemis Fowl: Uma aventura no ártico
Artemis Fowl: O código eterno
Arquivo Artemis Fowl
Artemis Fowl: A vingança de Opala
Artemis Fowl: A colônia perdida
Artemis Fowl: O paradoxo do tempo
Artemis Fowl: O complexo de Atlântida

Todos os títulos da série, além de outros do autor, são publicados no Brasil pela editora Record.

Além das versões romantizadas também há as versões em quadrinhos (graphic novels). Aqui no Brasil foi publicado apenas O menino prodígio do crime em HQ.

Para mais informações e extras dos livros, acesse o site oficial irlandês (em inglês), o site oficial inglês e o fan blog brasileiro.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tinta&Papel #1: A cor que caiu do espaço


Lovecraft era um escritor de horror interestelar, mas as características de suas obras eram bastante diferentes das que eram publicadas naquela época e das que ainda vemos hoje em filmes, jogos e livros. Seu elemento principal, que conferiu reconhecimento, era tratar dos sentimentos que envolviam o desconhecido (a curiosidade sobreposta pelo medo), o que não acontecia com outros contos do gênero, que só mostravam o que o público queria ver: viagens em um futuro distante, planetas majestosos, raças humanóides e aventuras do tipo Star Trek e Star Wars. Não estou dizendo que tais obras e suas variantes não são boas, mas concordo com Howard quanto à sua inexistente substância verossímil. Não há nada melhor em uma obra literária do que sentir o que as personagens sentem, e isso Lovecraft soube fazer com maestria.


The Color from Outer Space (A Cor que Caiu do Espaço) foi publicada na Amazing Stories, revista voltada para o gênero cientificção, em setembro de 1927. A história narra os acontecimentos em uma fazenda no interior dos Estados Unidos, próxima a Arkham, que envolvem a queda de um estranho meteorito de propriedades desconhecidas por estudiosos e a coisa que foi morar no fundo do poço. Essa coisa, que não pertencia ao mundo conhecido, não tinha forma, era apenas uma cor confusa, desconhecida pela raça humana, que infectou tudo ao redor: solo, plantas, animais, e aos poucos foi matando a família que ali vivia. Primeiro deixou a matriarca e o filho do meio loucos, depois atraiu os outros dois filhos para sua morada, e então se alimentou dos fiapos da mãe e do pai, parecendo voltar para o lugar de onde veio em seguida. No entanto, o amigo da falecida família jurou ter visto algo saindo do poço logo após a extinção da fazenda, e nunca mais voltou a pisar naquelas terras. Sua esperança era que a represa de Arkham ficasse logo pronta para enterrar aquele "descampado maldito" e suas lembranças. 

A intenção de Lovecraft nunca foi dar ao público uma história impressionante, cheia de acontecimentos incríveis e personagens fabulosos. Para ele, a atmosfera que envolve os fatos era mais importante que tudo, e sem ela a história ficava vazia, sem vida. Seu ponto forte era retratar os sentimentos das personagens, transmitindo-os ao leitor e realmente provocando alguns arrepios. Seus contos não contém fatos meramente possíveis, não segundo tudo que nós humanos cremos, mas só de imaginar tudo que poderia acontecer provoca uma sensação inesquecível. Sabe aquilo de ver o que o autor descreve? Lovecraft faz o leitor sentir suas descrições, o que pode parecer bobo (como eu já escutei, "ler não dá medo, não pode provocar sentimento algum"), e não tenho como dizer que não é. Precisa ler para conferir.

No Brasil, tanto A cor que caiu do espaço como O chamado de Cthulhu e outros contos, A sombra de Innsmouth, Um sussurro nas trevas e Nas montanhas da loucura são publicados pela editora Hedra com tradução de Guilherme da Silva Braga. Há outros exemplares que, assim como esses, podem ser encontrados em vários sites, inclusive no Moonshadows. Mesmo assim, deixo à disposição o link para o arquivo pdf com 59 textos em português. Não tem desculpa para não ler!
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