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domingo, 11 de dezembro de 2011

Tinta&Papel #3: Abraham Lincoln: Caçador de vampiros


Autor de Orgulho e preconceito e zumbis, Seth Grahame-Smith ficou famoso no círculo literário alternativo pelo título. Ouvi muitos contras em relação a sua primeira obra, mas agora vou falar de seu mais recente trabalho, o não-tão-brilhante Abraham Lincoln: Caçador de vampiros. O título forte já dá a idéia de uma trama histórica encrementada de vampiros de verdade (tipo Drácula, Lestat e outros). Bem, sim, os vampiros são de verdade e a narração é poderosa, afirmando a fama de Grahame-Smith, mas o enredo e o clima em si são pobres.

A história gira em torno dos famosos diários de Abraham Lincoln e seu conteúdo, entregues ao escritor por um estranho e elegante homem que frequentava sua lojinha de conveniências em uma pequena cidade. O gosto de Seth pela escrita acaba chamando a atenção de Henry, que após uma longa e prazerosa conversa, entrega-lhe os dez diários do finado Lincoln. O conteúdo histórico presente nas páginas escritas por ele desde criança surpreendem Grahame-Smith a tal ponto que ele lê e relê cada palavra de uma só vez. Seu dever com o que tem em mãos é simples: narrar tudo que aconteceu, não deixar passar nenhum detalhe.

A princípio o leitor se perde nas palavras bem boladas do autor e na alternância de sua narração para o diário do ex-presidente americano, um elemento simplesmente brilhante. As cenas descritas são de um nível assombroso, como quando Lincoln narra a morte de seu avô, de longe uma das cenas mais bem narradas do livro. À medida que Abe vai crescendo e se aprimorando na arte de caçar e matar vampiros, no entanto, os rumos vão se perdendo para o lado mais técnico e a trama cai no mesmicismo americano do herói, seus inimigos e sua sede de vingança. O comportamento de Abraham começa a ficar cada vez mais previsível e surreal, como quando aguarda por um suposto vampiro sair de um cabaré, ou quando mata o taberneiro do mesmo estabelecimento, que afinal, garante a cena de luta mais crua que já vi. Seth comete o terrível pecado de se render às vontades do público e entregar de uma vez o que todos querem ver: um homem e suas armas procurando por vingança e matando vampiros como se fossem formigas. É o típico esteriótipo das histórias de sucesso: praticidade, ação e um pequeno motivo que controla todas as ações da personagem. Para os amantes de histórias cruas de sentimento e focadas em boas cenas, Abraham Lincoln: Caçador de vampiros é um prato cheio, mas para quem se importa com os sentimentos da personagem e o clima que envolve a trama, não impressiona tanto.

A próxima película de Tim Burton, inclusive, será baseada na obra. Sim, está escrito isso na orelha traseira, mas sinceramente?, não me impressiona. Talvez venha a ser um dos filmes mais brilhantes do diretor e produtor, mas se por isso quer dizer que será cheio de efeitos especiais, cenários impecáveis e figurinos fantásticos, então não o considero como tal, sem falar que seu estilo pode quebrar tudo que imaginei para o livro, o que seria uma lástima.

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