Sono?
Quem és tu
que permeia minhas fantasias,
minhas ilusões?
Quem és tu?
Que visita todos os outros,
todas as noites,
mas não visita a mim
[Ó, doce ilusão!]
E sonhar?
O que é sonhar
castelos inexistentes,
céus de cores inconscientes?
O que é viajar
por uma outra relidade
onde nada é o que parece?
Onde tudo é o que deve ser
E viver
Ah, viver!
Ver, tocar, sentir
O que é?
O que é viver
Quando a mente se desliga,
entra no piloto automático,
inteiramente se automatiza?
O que é andar
por essas ruas frias
e sentir o mundo,
a Morte e a Vida?
Como será
sonhar à noite,
andar sob o sol
sentir o frio e o calor?
Como será
deitar sem medo,
sem preocupação?
Apenas
[deitar e dormir]
Como será
pensar em tudo,
lembrar do mundo,
e sonhar?
E sonhar, como é?
Sair por aí
sem riscos,
mas medos?
Encarar tormentas,
desbravar montanhas,
falar com os mortos,
revirar as entranhas
Todas as noites
me pergunto
o que é dormir?
O que é sonhar?
E a cada dia
permanece a questão.
O que é viver?
O que é sonhar?
Deve estar tudo
entrelaçado.
Costurados
como uma colcha de retalhos.
Unidos e deteriorados
Um sem o outro,
apenas cacos
Um com o outro
[vida, talvez?]
Não sei
Não durmo
Não sei de nada
Não sei dizer
O que acontece
quando saio de casa,
me aventuro na estrada.
Sem rumo nem nada
Apenas caminho
Mas não sei que caminho
Minhas pernas caminham
Só depois sei que caminho
E depois
não lembro de nada
Não lembro das escadas,
nem das almas
Tudo se perde
onde devia sonhar
E como não há
Não posso falar
Apenas deitar
e tentar sonhar
Apenas meus olhos fechar
e temer acordar
Querido insone, isso é mal de família. Um dia você se acostuma! Quanto às palavras, gostei deveras. Muito bem escritas, muito bem escolhidas. Mãe.
ResponderExcluir