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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Joystick #5: Call of Cthulhu - Dark Corners of the Earth


Uma parceiria da Bethesda Softworks com a Ubisoft, Dark Corners of the Earth deve ser a mais brilhante adaptação já feita do Cthulhu Mythos de Lovecraft. As referências estão claras tanto no enredo quanto nos mapas, como no prólogo quando Jack repara numa pintura peculiar. Todas as outras molduras pela casa guardam gravuras similares, representando seres cônicos (a Grande Raça de Yith) e outros tentaculares (os Antigos). Obviamente que um pobre leigo não reconheceria nenhum detalhe nem que ele dançasse o can can de calcinha de renda na sua frente, mas para quem conhece o trabalho do autor, este jogo é um prato cheio.


O protagonista, Jack Walters (viciante Jack, seus surtos de "Dagon will find me" e as frases com "nothing of interest"), é um investigador conhecido em NY e redondezas, tendo solucionado muitos casos. A princípio questionava-se se sua fama levou ao convite de um bizarro cultista de Boston mal afamado por aquelas bandas - ele e seus seguidores de uma religião blasfema que aterrorizava seus vizinhos - que acabou envolvendo a polícia. O jogador fica tão confuso, assustado e impressionado quanto a personagem com tudo que ocorre dentro daquela casa, em cujo porão uma cena perturbadora resultou em anos no sanatório de Arkham. Jack, no entanto, não lembrava de muita coisa. Para ele aqueles confusos fatos tinham ocorrido há apenas seis meses, quando despertou de seu "coma" psíquico e se viu no quarto pequeno e sujo do sanatório. Enquanto voltava à sua antiga vida, recebeu uma proposta de trabalho: investigar o estranho desaparecimento de Brian Burnham em Innsmouth, e é então que Jack começa a se deparar com coisas que nunca imaginou existirem.

A princípio o enredo é bastante confuso e se não tiver a devida atenção o jogador chega ao final se perguntando "já acabou? Mas que p0rr@ é essa?". Faria mais sentido narrado pelo próprio Lovecraft, obviamente, mas sem prestar atenção nos diálogos e sem ler as várias pistas, procurando por cada uma delas nos cantos mais inusitados, a situação fica pior. Mesmo para quem faz tudo isso é difícil entender 100% do que se passa, pois ainda resta a dúvida: e Jack, onde ele entra em tudo isso? Qual a relação dele com os Yith? Essa resposta tive que procurar em outras fontes (prepare-se para o spoiler): Jack é meio Yith devido à influência de um da Grande Raça quando seus pais o geraram. Sabendo disso e lembrando do que aquele Yith dizia no final sobre eles estarem em risco é possível deduzir que Jack seria a única salvação deles, a única forma de impedir que os Antigos dominassem o mundo, e por isso os caras que aparecem no prólogo (aqueles loucos) o chamaram até lá, mas o destino não quis que o homem descobrisse a verdade sobre si muito cedo e nem que pudesse se contentar com isso, resultando na frustrante porém fiel ao estilo lovecraftiano cena final.


Eu não me arriscaria a dizer que esse é um dos melhores jogos que já joguei, pois os gráficos não são tão bons e a jogabilidade deixa muito a desejar. Avaliando pelo enredo, sim, é um jogo excelente, mas avaliando essas questões de jogabilidade e gráficos, é péssimo. Primeiro que é bom jogá-lo com pouca luminosidade para captar mais da atmosfera sombria, depois que isso não colabora muito pela baixa resolução. A mixagem ficou excelente, dando uns belos sustos nos corações mais fracos e até alguns mais fortes - eu me assustei muito com os barulhos vindos do além. Agora, a jogabilidade é algo realmente irritante, a começar pela ausência da importantíssima tecla "correr". Só isso já faria muitos deixarem de jogar, mas não a mim. Aventurei-me por Innsmouth e mesmo ao me deparar com seus habitantes loucos tentando me matar, tentei fugir no ritmo calmo do Jack. Morri várias vezes, mas tudo bem. A corrida contra o Shoggoth é que acaba com as esperanças do jogador, tornando o uso de um patch - veja como um cheat - obrigatório. Agora, a melhor parte são os bugs - vários deles. Só encontrei um que faz bem: logo quando descemos da caçamba da caminhoneta e pegamos o revólver, basta subir no batente e ficar atrás da rede que ninguém vai ver Jack, então dá pra matar muitos inimigos assim. Fora esse, os outros são extremamente irritantes. O mais recorrente é quando tudo parece ficar travando, mas na verdade é apenas a personagem, pois todos os outros inimigos continuam se mexendo na velocidade normal. Com um bom processador esse bug não é tão perceptível, mas se for um Intel Atom, por exemplo, desista de tentar chegar até o final.

Apesar das desvantagens do último parágrafo, Cal of Cthulhu: Dark Corners of the Earth é um jogo que vale a pena para os curiosos e fanáticos por Lovecraft. Se você não é nem um nem outro, então fuja desse pecado mortal, pois é assim que vai chamar a obra após algumas horas de jogo.

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