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domingo, 21 de agosto de 2011

O Chamado de Cthulhu

A pronúncia, segundo o jogo Call of Cthulhu, é algo como kuh-THOO-loo. Em português a pronúncia mais aproximada é katuuluu. De qualquer forma, o próprio Lovecraft brincava com seus amigos, ora pronunciando de um jeito, ora de outro.

Para quem ainda não conhece H.P. Lovecraft, que criou toda uma mitologia em torno de suas criações, O Chamado de Cthulhu é o conto ideal para ser iniciado. Com uma atmosfera sombria, o autor descreve como em um diário as investigações feitas por seu personagem fictício a partir dos estudos de seu falecido tio, que entre muitas outras coisas deixou uma caixa cheia de recortes de jornal, anotações e um assombroso relevo que exibia um ser com cabeça de polvo, corpo bípede escamado e asas de dragão. As dezoito páginas que se estendem deixam mesmo o mais experiente leitor impressionado, com aquelas idéias na cabeça durante horas, talvez dias, ou mesmo a eternidade. 


A forma como Lovecraft capta os elementos verossímeis e os explora em uma realidade paralela é singular. Não costumo ler descrições e ter a perfeita imagem das intenções em mente, mas dessa vez posso contestar. As únicas cenas que não consegui captar com exatidão, e que percebi não serem necessárias interpretações fiéis, foram as que descrevem R'yleh e toda sua geometria errada, "algo que não pode ser desse mundo nem de qualquer outro mundo são". 

Descobri O Chamado de Cthulhu através de um jogo homônimo, Call of Cthulhu, apresentado a mim por um grande amigo e corretor, Gabriel Hermes. A resenha que li tratava do jogo como defeituoso quanto a programação - mas afinal, que jogo ou software não tem bugs? -, mas inigualável nos quesitos roteiro e jogabilidade. O autor sempre frizava sua paixão por Lovecraft e quanto o game tem de suas obras (não é á toa que o título remete ao do conto), e impressionado com vídeos e com a atmosfera única, resolvi pesquisar sobre o criador dessa realidade fantasticamente mortal. 
Encontrei no site do jogo um link para uma página inteiramente voltada ao autor, sua vida e seus trabalhos. Apesar de meu conhecimento da língua inglesa, percebi que não seria fácil conferir seus contos com toda a profundeza que eles transmitem, então procurei no 4Shared e encontrei um arquivo pdf contendo 59 textos em português, além de outros interessantíssimos, como o Necronomicon ilustrado (em espanhol, porém vale muito a pena dar uma olhada) e uma versão gráfica de O Chamado de Cthulhu.

O conto inspirou-me a escrever um parágrafo do que um dia pode vir a ser um romance, mas seria melhor, antes de falar precipitadamente, estudar mais da impressionante cultura Lovecraft. Por equanto exponho esse textículo para que você tenha uma noção de como é O Chamado de Cthulhu.

O jovem despertou de seu mais tenro sono assustado e pingando de suor. As imagens perturbadoras que acabara de presenciar ainda eram frescas em sua memória, fazendo seu coração dar saltos sempre que lembrava delas. Não entendia o que aquele sonho assombroso queria dizer, e no momento não fazia a mínima questão de descobrir. Sentia-se isolado naquele quarto escuro, sua respiração arfante ecoando em seus tímpanos de forma peculiar. Olhou ao redor com cautela, temendo enxergar alguma forma fora do comum em algum canto do aposento, ou mesmo próxima a ele, mas nada além do que estava lá quando deitou-se para dormir foi localizado. Sentiu que sua respiração aos poucos voltava ao normal, assim como o ritmo impaciente de seu coração. Os lençóis pesavam agora que encharcados de suor, e seus cabelos grudados na testa alva estavam deixando-o agoniado. Assim, jogou os lençóis de lado e pôs os pés no chão, arrependendo-se do ato no mesmo instante. O chão era frio e trouxe de volta a sensação de desespero. As imagens do recente sonho ainda povoavam sua mente, e agora que intencionava sair do conforto de sua cama, ficavam cada vez mais nítidas. Os barulhos invulgares que ouvira também lhe ocuparam os pensamentos, e o medo tornou a povoar seu peito. Fechou os olhos com força, a fim de espantar aquelas lembranças horrendas, mas quando os abriu de novo, a nitidez com que as sentia ficou mais forte. Decidiu então recolher seus pés para cima da cama, e escondeu seu corpo de volta nos lençóis ensopados. Fechou os olhos mais uma vez, agora com mais força, e os pilares escuros que emergiam do mar pareciam mais próximos. Apesar da escuridão, podia distinguir formas nadando nas águas, aparentemente indo a seu encontro. Queria fugir dali, correr para qualquer outro lugar longe dali, porém não conseguia se mexer, tão impressionado que estava. Sentia um desespero iminente, como se estivesse caindo de um precipício. Como se estivesse prestes a morrer.



 

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