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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tinta&Papel #1: A cor que caiu do espaço


Lovecraft era um escritor de horror interestelar, mas as características de suas obras eram bastante diferentes das que eram publicadas naquela época e das que ainda vemos hoje em filmes, jogos e livros. Seu elemento principal, que conferiu reconhecimento, era tratar dos sentimentos que envolviam o desconhecido (a curiosidade sobreposta pelo medo), o que não acontecia com outros contos do gênero, que só mostravam o que o público queria ver: viagens em um futuro distante, planetas majestosos, raças humanóides e aventuras do tipo Star Trek e Star Wars. Não estou dizendo que tais obras e suas variantes não são boas, mas concordo com Howard quanto à sua inexistente substância verossímil. Não há nada melhor em uma obra literária do que sentir o que as personagens sentem, e isso Lovecraft soube fazer com maestria.


The Color from Outer Space (A Cor que Caiu do Espaço) foi publicada na Amazing Stories, revista voltada para o gênero cientificção, em setembro de 1927. A história narra os acontecimentos em uma fazenda no interior dos Estados Unidos, próxima a Arkham, que envolvem a queda de um estranho meteorito de propriedades desconhecidas por estudiosos e a coisa que foi morar no fundo do poço. Essa coisa, que não pertencia ao mundo conhecido, não tinha forma, era apenas uma cor confusa, desconhecida pela raça humana, que infectou tudo ao redor: solo, plantas, animais, e aos poucos foi matando a família que ali vivia. Primeiro deixou a matriarca e o filho do meio loucos, depois atraiu os outros dois filhos para sua morada, e então se alimentou dos fiapos da mãe e do pai, parecendo voltar para o lugar de onde veio em seguida. No entanto, o amigo da falecida família jurou ter visto algo saindo do poço logo após a extinção da fazenda, e nunca mais voltou a pisar naquelas terras. Sua esperança era que a represa de Arkham ficasse logo pronta para enterrar aquele "descampado maldito" e suas lembranças. 

A intenção de Lovecraft nunca foi dar ao público uma história impressionante, cheia de acontecimentos incríveis e personagens fabulosos. Para ele, a atmosfera que envolve os fatos era mais importante que tudo, e sem ela a história ficava vazia, sem vida. Seu ponto forte era retratar os sentimentos das personagens, transmitindo-os ao leitor e realmente provocando alguns arrepios. Seus contos não contém fatos meramente possíveis, não segundo tudo que nós humanos cremos, mas só de imaginar tudo que poderia acontecer provoca uma sensação inesquecível. Sabe aquilo de ver o que o autor descreve? Lovecraft faz o leitor sentir suas descrições, o que pode parecer bobo (como eu já escutei, "ler não dá medo, não pode provocar sentimento algum"), e não tenho como dizer que não é. Precisa ler para conferir.

No Brasil, tanto A cor que caiu do espaço como O chamado de Cthulhu e outros contos, A sombra de Innsmouth, Um sussurro nas trevas e Nas montanhas da loucura são publicados pela editora Hedra com tradução de Guilherme da Silva Braga. Há outros exemplares que, assim como esses, podem ser encontrados em vários sites, inclusive no Moonshadows. Mesmo assim, deixo à disposição o link para o arquivo pdf com 59 textos em português. Não tem desculpa para não ler!

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