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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Um garotinho chamado Teddy


Dia desses conheci um menino. Ele era baixinho, carismático e com um contínuo olhar tristonho a mirar tudo ao redor. Muito quieto, não disse nada além de seu nome que creio ser um apelido: Teddy. Que nome mais ridículo, pensei. Isso é nome de bicho de pelúcia. Disse que ele devia ir pra casa, pois seus pais deviam estar preocupados, mas o jovenzinho apenas me abraçou e assim ficou por horas, fazendo-me sentir deprimido. Percebi que ele era sozinho, não tinha com quem conversar, quem abraçar, com quem passar o tempo. O problema é como ele faz as pessoas se sentirem com sua simples e ordinária presença: depressivas, desmotivadas, preguiçosas. Pior que não foi fácil fazê-lo sair por pelo menos um momento. Quando pensei que estava livre de seus abraços carentes, eis que o encontro na sala me esperando e logo ele voltou para o quarto, puxando insistente a barra da minha blusa.

Tá bem, o que você quer?, perguntei irritado, olhando-o de cima.

Teddy nada disse, apenas me encarou tristemente, como sempre. Seus olhos brilhavam como se fosse chorar. Até acharia ter sido culpa minha se não tivesse reparado nisso antes. E como não respondia, apenas ficou ali, puxando a barra da minha blusa enquanto eu tentava me concentrar em uma coisa qualquer na net. Mesmo que ele parecesse nem estar ali por causa de seu jeito quieto e calmo, era impossível continuar com algo por muito tempo, como se o moleque tivesse uma habilidade especial para me fazer desistir de tudo. Se eu ao menos soubesse como chamar sua atenção, distraí-lo, assim pelo menos faria algo. 

Algumas vezes consegui sair de casa e percebi que para além da porta da frente ele não me seguia. Ficava me esperando na sala para me deprimir quando eu voltava de um dia animado. Também se escondia sabe-se lá onde quando meus amigos vinham à minha casa, porém bastava eles pensarem em irem embora que do nada Teddy voltava e me agarrava forte.

Engraçado, o menino só não me seguia quando ia ao banheiro ou deitava para dormir. Apenas ficava esperando na sala, sei lá se dormindo ou rindo pelas minhas costas. Já faz um tempo que mora aqui e percebi que se alimenta de me fazer mal. Já tentei de tudo para fazê-lo ir embora, mas não dá. Quando me animo com algo, seja um livro ou uma música ou um jogo, lá vem ele com seus braços abertos e olhos tristonhos. Conversando com algumas outras pessoas descobri que eles conheceram outras crianças parecidas que não largam de seus calcanhares. Uns conseguiram se livrar dessas pestes melancólicas, mas não fazem idéia de como e juram que de vez em quando eles voltam e dão aquele abraço forte, mortos de saudades. Mesmo que não fosse embora, só queria que o Teddy dormisse um pouco e me deixasse em paz. 

2 comentários:

  1. Rapaz....Você escreve de forma tão engenhosa, tão genial..Não saberia expressar de forma alguma o que sinto lendo esse texto..mas é tão real, tão claro para mim a ideia que passa...Tenho teddys e mais teddys aqui em casa...São praticamente da família já. Nossa, está de parabéns..por conseguir expressar tanta coisa com poucas palavras. =DD

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  2. Falta fazer um texto falando da Solange agora.
    Btw, adorei o texto *-*

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